sexta-feira, abril 08, 2005

Offline

Muito tempo se passou até este momento em que me abeiro do teclado do computador e volto a escrever no Ideias e Pensamento. À excepção do post anterior - que pouco considero devido à continuidade falhada após sua publicação - senti-me na necessidade de voltar a escrever para o meu "público imaginário". Porque o faço, pergunto-me eu ao mesmo tempo que teclo a questão? Necessidade de desabafar com o desconhecido e imenso mundo cibernético que nos invadiu? Talvez a Internet, esse maravilhoso novo mundo da comunicação, me tenha vencido de vez... Se até agora resisti, e deixei de escrever à bastante tempo, foi porque sentia que o ciberespaço é frio. Tão gelado que, por mais que se queira, não se conseguem revelar os verdadeiros sentimentos, o verdadeiro contacto humano. Uma ferramenta que bastante utilizo para comunicar é o conhecido messenger. Mas quantas vezes, ao contactar com alguém por intermédio desse software, não sinto uma imensa frieza entre mim e o meu interlocutor. Ouço-o imaginando a sua voz enquanto vejo as suas mensagens a surgir. Pode colocar com o texto emoticons ou onomatopeias. Mas não é a mesma coisa... A sociedade em que caminhamos está a tornar-se fria e banalizada nas relações humanas. E isso preocupa-me. Mas deixo isso para próximo post.

Enquanto estive offline da blogosfera muita coisa mudou e tanto eu mudei. Novos acontecimentos, quer alegres quer tristes, continuaram a moldar o meu ser numa caminhada que não sei quando acaba. Neste tempo, alegrias passadas trazem-me aos lábios sorrisos. Mas tristezas lembradas fazem um nó na garganta sentir. De tudo isto ganho uma experiência que me faz acreditar que o importante na vida é amar e sabermos amar os que nos rodeiam e as coisas próximas. O amor que sinto é pelo que me está próximo. Aquilo que me faz ter valores: a minha família, os meus amigos, os meus animais de estimação, a minha cidade, o meu clube, etc. Amo-os, porque me fazem ter a certeza que viver não é em vão.

Mas, por vezes, penso que o amor profundo que sinto pela vida está inserido num tempo de cólera. Numa era em que o egoísmo grassa na sociedade. Duvido então do meu modo de ser e confuso me sinto. Porém, acabo sempre por chegar ao sentimento primordial do amor. Pois é ele que importa. A minha moral e ética são uma sua manifestação.

Escrevo este texto num dia triste para o mundo. Foi hoje a enterrar um dos meus ídolos. Um homem de bem, de paz, de quem eu muito gostava. Não preciso de escrever um post sobre ele. A 17 de outubro escrevi um post a ele dedicado, cuja minha visão sobre a sua forte personalidade mantenho.
Pode ser lido aqui, como homenagem ao único papa que conheci. Descansa em paz João Paulo II. A tua luz continuará a iluminar o mundo.

Estou de volta à blogosfera. Sinto-me renascer...