terça-feira, outubro 25, 2005

No fim desta tarde apeteceu-me fazer isto...



Hoje, nesta terça-feira cinzenta, aconteceu-me correr mal o dia. Sinto isso quando chego ao fim-da-tarde insatisfeito comigo mesmo. E mais o sinto quando aquilo que queriamos ter feito e ser neste dia saiu completamente furado. E também quando, por desespero de termos errado num caminho, optamos por destruir-mo-nos. Qual carro com condutor suicida dentro...
Hoje, na única aula em que estive presente - à outra faltei porque tive que ir ao Dragão, comprar bilhete para o jogo de amanhã (não podia perder a estreia, na Taça de Portugal, do nosso grande estádio) - tive que apresentar um trabalho. Correu mal. conteceu, entre outras coisas, porque o tema não me interessava. E além disso, há muito que ando desiludido com o curso onde estou. Errei no caminho. Sei-o hoje com aquela dor de sentir que perdi algo irremediável. A hipótese de achar outro céu. O sentido que me faria correr com algum gosto para o autocarro todos os dias. O curso para onde fui não se coaduna com o meu modo de ser. A minha personalidade exige-me teórico. Homem de acção, se for preciso, apenas pelo estudo. Poderia parecer, até, um "cinzento", como tanta gente pública da nossa praça. Mas sentir-me-ia, quase de certeza (porque tenho aquela sensação inexplicável de que assim o seria), mais feliz.
O curso em que estou actualmente deixou de me seduzir. porque eu não fui feito para reportar causas. Nasci para as defender, devido em grande parte à maneira como juçgo as coisas: aquilo em que acredito e que quero deve ser defendido. Com unhas e dentes. Só assim se conquistarão vitórias. Mesmo que elas demorem, ou nunca aconteçam.
Vitórias. Como depois deste dia posso eu ambicioná-las?
Receber no telemóvel o sms que não queremos.
Por delicadeza perder de vista um sorriso e uns olhos bonitos que me vieram falar.
E depois, o pior de tudo. O continuar a utilizar uma máscara quando falo com os outros. Já lhes tentei mostrar a minha outra face. O meu outro ser. Mas eles julgaram que estava na brincadeira...
Que dia este, que começou na mal passada noite.
Que dia este, em que em vez de recebermos palavras de conforto, que é o que os amigos devem fazer quando outro sofre, recebemos pedras.

Que dia este, em que não conseguimos escrever nada de jeito.

Que dia este, em que me apetece gritar até ficar exausto...