segunda-feira, junho 23, 2003

Hoje pomos no nosso blog um poema de Caeiro, já que não dá para por um manjerico...



Noite de S. João para além do muro do meu quintal.
Do lado de cá, eu sem noite de S. João.
Porque há S. João onde o festejam.
Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite,
Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos.
E um grito casual de quem não sabe que eu existo.

Alberto Caeiro
12/04/1919 (Athena, nº 5, Fevereiro de 1925)