segunda-feira, setembro 22, 2003

À luz das estrelas

Algo há que o espírito me confunde
Quando para as estrelas olho.
Como pirilampos cintilam
E belas são para o comum dos mortais.

Porém,
O meu olhar nelas pensa
Como algo que faz parte da Terra
Sem o fazer.

A milhões de anos-luz estão
Muitos delas já nem existem.
E nestes pensamentos astronómicos
Me encolho na imensa pequenez de mim.

Que haverá para além das estrelas?
Vida noutras Terras?
Ou estarão elas
Feitas para a nossa solidão?

Os olhos fecho.
Em mim sobe
Uma imensa angústia.
A melancolia invade o raciocínio.

Morrerei sem saber o porquê de haver estrelas.
Elas têm também em si o sentido da vida.
E este é a mais importante busca
Que alguém pode fazer.

Mas eu nada busco.
Não quero filosofias,
Que a mim se colam como vermes
Famintos de sangue inocente.

Eu apenas queria
Viver sem preocupações.
Correr pelas estradas rurais como a criança
Que nunca fui mas me persegue.

Queria sorrir quando as estrelas surgissem
Deixar-me fascinar por elas sem saber por que ali estão…

Mas afinal
O que são as estrelas?



João Firmino Alves2003