Poema do ser ignorante
Em cada objecto busco
A suprema explicação
Da minha vida,
Existência alienada pelo silêncio.
Em toda a simplicidade procuro
O elo ascendente
Que ao começo dos tempos
Me liga à humanidade.
Venho não sei muito bem de onde.
Rápido pelo desconhecido sigo.
E no caminho não há palavra que explique
Minha existência neste mundo a morrer.
Quem sou? – desesperado ao céu pergunto.
Para onde vou? – a terra questiono em joelhos sobre ela.
E do silêncio sepulcral e escuro que me rodeia
Uma resposta medonha sobe na alma:
«Não sabemos!»
João Firmino Alves - 10/09/2003
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