segunda-feira, dezembro 11, 2006

Um ditador a menos

Morreu Augusto Pinochet, uma das mais odiáveis personalidades surgidas no Século XX. Mal soube da nova, lembrei-me do presidente Salvador Allende e do terrível 11 de setembro de 1973, data do golpe de estado chileno que colocou o sombrio general no poder. Lembrei-me, também, do modo como Allende defendeu até à morte, com a heroicidade própria dos grandes homens e não dos cobardes, o Palácio de la Moneda do golpe de estado. Porque fôra eleito democraticamente. Lembrei-me que o golpe de estado sangrento tivera a conivência dos Estados Unidos, os mesmos que agora lamentam as vítimas de Pinochet. Lembrei-me da coragem do juíz Baltazar Garzón quando em 1998 emitiu uma ordem de prisão contra Pinochet quando este se encontrava em Londres, e lembro-me da cobardia do governo inglês que recusou exportar o ditador chileno para Espanha.
Não houve justiça para Pinochet e para as suas vítimas. Disso lembrar-me-ei para sempre.