segunda-feira, abril 30, 2007

Maio

Maio chega com abril a despedir-se nas suas águas mil. As maias já florescem nas portas das casas antigas da baixa. Nos seus típicos batentes de ferro. Nas suas caixas de correio enferrujadas, onde já mal se lê a palavra cartas esgotada pela memória dos tempos.

Último dia de abril. Com chuva. Passeio-me de manhã pelo meio das árvores de um parque na fronteira da minha cidade. Da terra molhada sentimos o cheiro da natureza lavada. Há mudança no ar. O azul lentamente invade o cinzento do céu. Maio dá sinais da sua chegada.

A tarde chega com o sol a despontar. A primeira luminosidade de maio aproxima-se. A calma invade-me. O mês que tanto amo e que me avilta a memória chega. Vem por esta tarde última do mês de abril e apresenta-se no florir dos sorrisos. Nos olhares discretos dos rostos enigmáticos das pessoas com que me cruzo nas ruas. Sinto-me calmo. Sinto-me feliz. Como se a roda condenatória do tempo tivesse dado tréguas e se para sempre eternizasse este momento de passagem de um mês para outro.

Em Maio chega a luz pura das manhãs azuis. Teu sorriso perdido na melancolia dos olhares. Maio é aquele mês onde os cânticos do corpo se voltam a ouvir. E com ele a triste alegria das sensações descobertas.

2 Comments:

Blogger White Castle said...

"Em Maio chega a luz pura das manhãs azuis. Teu sorriso perdido na melancolia dos olhares. Maio é aquele mês onde os cânticos do corpo se voltam a ouvir. E com ele a triste alegria das sensações descobertas." ...... Ah???? bem a nossa cachopa Jo me dizia que eras diferente... Teu sorriso? onde os corpos se voltam a ouvir? ... Muito interessante! ***************************** passa pelo meu blog ;)

4:42 da tarde  
Blogger filipelamas said...

Como gosto de Maio!

1:19 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home