sábado, fevereiro 18, 2006

A promessa

Aqui há algum tempo atrás fiz uma promessa a mim mesmo. Uma promessa que quero a todo o custo cumprir. Sei que os caminhos que terei de percorrer para a conseguir serão difíceis. Sinuosos.Mas confio na minha vontade. Vontade nascida do desgosto de ter perdido primaveras em outros caminhos que com a minha personalidade não se coaduanam.
A promessa que a mim mesmo fiz será a realização de um sonho de infância. Assim o espero. E com apoios ou sem eles quero chegar onde almejo. Nem que para isso tenha que cometer loucuras.
Nestes tempos em que tudo é fácil, poderia esquecer este sonho. E deixar que o resto da vida corresse ao sabor de suaves brisas. Procurar uma réstia de sol quando a luz faltasse. Mas para quê procurar essa réstia e viver ao sabor das brisas quando algo maior eu quero? Não quero ser como aqueles cujos sonhos são vagos. Muitos desses, são como aquelas vozes tentadoras ouvidas pelo eu poético de José Régio - vem por aqui! Porém, tal como o poeta, eu prefiro olhar para os rostos dessas vozes melancolicamente - havendo no meu rosto ironias e cansaços - e seguir o meu caminho. Uns têm os seus ideias de vida. Outros contentam-se com o pouco, preferindo ficar indefinidos. Eu, no entanto, quero seguir a Direito pelos caminhos que no meu futuro quero traçar. Porque cumpri-lo, mais que tudo, é cumprir-me a mim próprio. E esse sonho-promessa alcançarei. Nem que para isso tenha que:

[...]
...escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
[...]

José Régio - cântico negro

1 Comments:

Blogger delusions said...

espero que te cumpras a ti próprio...adorei o texto...
fica bem*

9:30 da tarde  

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