Notas circunstanciais...
1 - O tempo tem sido escasso. Antes, este parecia muito. Mal aproveitado era. Agora, sinto que este me foge por entre os dedos. Qual areia mais fina de praia perdida. tenho tanto que escrever. Tanto em que pensar. Os textos perdem-se na memória do meu cérebro. Sinto vontade mas o cansaço me invade. Todos os dias de manhã cedo o som angustiante do despertador me acorda para o mundo do trabalho.
Queria escrever um texto sobre os espaços da cidade. Do meu Porto perdido na memória (des)encantada da vida... Sobre as sensações de uma praça perdida algures na cidade granítica. Mas o tempo tem sido pouco para me aplicar numa prosa elaborada.
Queria escrever um outro texto sobre o problema da comunicação do ser humano. De como os Homens estão tão próximos uns dos outros e ao mesmo tempo tão distantes. Nunca estivemos tão próximos uns dos outros pelas tecnologias da informação. Porém, nunca os sentimentos foram tão difíceis de comunicar. Estou se calhar a ser repetitivo. Esta ideia, no entanto, é uma das minhas obsessões. O texto seria uma ficção real. Uma vivência que não tive mas que seria como se tivesse existido.
Queria escrever ainda uns textos sobre política. Mas até agora nada. A vida que eu levo faz-me pensar que sou uma espécie de estranho estrangeiro. Sou estranho para os outros. E, pior, para mim mesmo às vezes.
Estou a fazer-me de vítima? Não. Estes desabafos não devem assim ser interpretados.
2 - Duas músicas na memória. Uma antiga e outra nova. Começo pela nova. Mas antes uma breve introdução.
Massive Attack era uma banda que pouco me dizia. O nome "assustava-me". E algumas músicas não me agradavam. Por isso, raramente os ouvi. Até outro dia, em que a fazer zapping na TV me surge um videoclip de uma mulher alcoólica, que depois sai da casa e se perde numa grande cidade. Completamente cega, passe a expressão. pelo meio vê-se a sua queda - metáfora bem conseguida - pelas escadas abaixo. Mas o que me impressionou foi a música. De uma doçura angustiada, batida regular. Um pouco trágica. Não sei porquê, apreciei imenso a música. Era dos Massive Attack (e Terry Callier). Chama-se Live with me. I've been thinking about you baby... Uma canção de amor também... Vou, com atenção, ouvir outras músicas desta banda... A curiosidade é forte...
Com um simples solo de guitarra... Guitarra suave que viaja pela música toda. Autêntica intérprete de uma grande banda... Escrevo agora sobre a outra música... Stairway to heaven dos Led Zeppelin (Oooh it make me wonder). Música que vai em crescendo. Que encanta pela sua simplicidade, mas que empolga o ouvinte ao longo dos seus mais de oito minutos. Para quê escrever mais sobre música? jeito não tenho. E acredito que o essencial é ouvirmo-las. E por elas viajarmos. "A vida sem música não faria sentido" - Nietzsche.
3 - Os Gato Fedorento estão de volta. Não tive oportunidade de ver o primeiro episódio da série Lopes da Silva. Mas apanhei hoje, na SIC Radical, um episódio ainda da série meireles. Como eles são perfeitos a, pegando em detalhes, fazer humor com a banalidade da vida. Homens que começam as respostas todas por não, ou conversas sobre o tempo no elevador, acontecem quase todos os dias. Por vezes temos diálogos com outras pessoas dignas de gato fedorento. O humor não é ofensivo. Pelo contrário. Ao rirmo-nos com os gatos, estamo-nos a rir de nós próprios. Fantástico...
4 - As ideias e pensamento diluíram-se no cansaço. Antes podesse ficar aqui a escrever um cuidado texto. Sinto cada vez mais a necessidade da escrita. Será bom?
1 Comments:
A falta de tempo deve ser mal geral cá no Porto...
Claro que a necessidade de escrever é boa... Pelo menos para mim a escrita é terapêutica (quando não é nada técnico, evidentemente)...fica bem*
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