quarta-feira, dezembro 26, 2007

Casa

Vem de novo trazer à minha alma cansada a sensação de regresso a casa. Deixa-me, arrastadamente, atravessar a velha ponte de ferro e mergulhar na escuridão das acolhedoras ruelas que eu tanto amo e onde busco, em cada pedra da garota calçada, um mágico espelho do meu ser, do meu coração.
Deixa-me tempo descer à rua onde os meus olhos e ouvidos e olfacto nasceram para o mundo e de novo mergulhar no bulício da cidade eterna do meu coração. na cidade granítica que eu tanto amo e que me viu chegar numa tarde fria e diluviana. Deixa-me ser o mais cidadão entre todos os outros. Amar as cúpulas das Igrejas negras, mergulhar todo o meu ser nas águas poluídas do rio que a te doura.
Cidade da minha alma, mãe-pai ao mesmo tempo... deixa-me ser o teu último e mais humilde filho. Amar-te em cada segundo das minhas lágrimas que surgem ao ouvir a tua música sentida...
work in progress

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Breve Encontro

Uma vez apenas nos olhamos mas isso bastou para desconfortável me fazeres sentir. Apenas um doce sorriso brotou da tua fina boca mas isso me bastou para minha alma errante perturbares.
Foste por momentos, no segredo mais recôndito do meu amargo coração, a doçura que me faltava. Reinaste por segundos na minha vida como se antes de ti não houvesse nada e depois de ti os sentidos se perdessem nas frias madrugadas dos alheios invernos.
Será que a tua visão, como numa peça de teatro ambulante, regressará nas eternas noites de insónia da imaginação, acolhendo-me no abraço à tanto esperado, no abraço que me faça de novo acreditar que há vida para além da raiva e do ódio?
work in progress