quinta-feira, julho 31, 2003

Portogaia - um sonho ainda por realizar

Eu tenho um sonho, tal como Martin Luther King. Tenho o sonho de ver a minha cidade do Porto unida ao outro lado do rio Douro, a uma terra onde vivem a maior parte daqueles que trabalham na cidade negra.
Nunca a cidade de Vila Nova de Gaia foi considerada «grande». Ela vive, como entidade, à custa dos valores das gentes do Porto, à custa do nosso nome. No entanto, ela agora - devido à crescente importância que está a ter - devia unir-se a nós, ao Porto, criando uma única cidade: Portogaia.
A fusão de duas cidades numa não é inédito na Europa. Budapeste - a linda capital da Hungria - é fruto da unificação de duas cidades: Obuda e Pesti. Porto e Gaia já estão juntas desde a fundação de Porugal, pois foram elas que o nome deram ao nosso país. Agora, passados mais de oito séculos, está na altura de fazer não do rio Douro uma fronteira mas um pólo de união político entre as margens de uma mesma cidade.
Luís Filipe Menezes, o presidente de Vila Nova de Gaia, como político inteligente que é tem também este sonho. Ele sabe que a região norte só ganharia se, de um momento para o outro, o sofrego sul e a capital vissem que existia no Norte a maior cidade de Portugal. Teriamos bastantes apoios (da UE, por exemplo) e ficariamos com uma área enorme onde poderíamos construir novas cidades dentro da cidade, com grandes parques, grandes empreendimentos.
Eu sonho um dia em atravessar uma das pontes do porto e continuar a sentir-me na mesma cidade. Eu tenho o sonho de a minha cidade ganhar uma cada vez maior visibilidade a nível internacional. E ela deixará de se chamar apenas Porto ou Gaia. Será Portogaia. Um nome parecido com Portugal, pois foi aqui o berço dos valores nacionais...

Duarte SD

terça-feira, julho 29, 2003

Que país este que vamos herdar...

Ontem, por volta da meia-noite, saí de casa para ir passear a minha cadela Ariana. A zona onde vivo, no Porto, é bastante calma e à noite mais parece estarmos numa aldeia do que no centro da cidade. Porém, ao virar a esquina da viela nas traseiras de casa, tive um choque. Deitado sobre as pedras da calçada, apenas com um cartão a proteger a cabeça, estava a dormir num sono de cansaço um mendigo.
Saí rápido porque a Ariana começou a ladrar (como cadela de raça pura e mimada não gosta destas coisas). Mas quando regressei - com a Ariana mais calma - reparei melhor no homem. Pele ainda jovem (trinta anos no máximo) e cabelo de uma cor loira como nenhum português pode ter. «Só pode ser ucraniano», pensei. E naquele momento, uma revolta imensa dentro de mim senti. Os ucranianos vêm para o nosso país em busca de melhores condições de vida. A maioria tem cursos superiores, e uma educação cívica exemplar, que nós nunca teremos. e vem aqui para as obras. São explorados por patrões broncos. E a paga que lhes damos é dormirem na rua.
Será que já nos esquecemos que também fomos um povo de emigrantes. E que muitos portugueses dormiram na rua? E se em vez de pensarmos em betão e grandes obras, pensassemos em ajudar estas gentes que vem de outros países, que passam fome enquanto nós deitamos bifes fora? Muito tem que mmudar em Portugal para ainda sermos grandes.
Que país este que vamos herdar. Um país com políticos idiotas e que abre telejornais com pequinhices.
Por fim, deixei junto do ucraniano algo que comer e um bom bocado de leite. Não deixei dinheiro pois receava que passasse um portuga e o roubasse para a droga ou outra coisa qualquer. e esta noite, vou ver se ele volta. enquanto a minha ética kantiana, enquanto os meus valores me disserem para ser altruísta, continuarei a sentir-me bem comigo mesmo. E a sentir-me mal pela porcaria de país em que vivo.

Duarte SD

segunda-feira, julho 28, 2003

«Nem todo o poder da Terra pode alterar o destino»

Depois de rever o Once upon a time in America, pus-me a pensar noutros filmes sobre a América. E, depois de nos lem«mbrarmos de tantas imagens que desde pequenos a nossa mente povoam, temos de dar razão ao filósofo Gilles Deleuze que afirma que todo o cinema americano é um remake do seu filme de origem: o The birth of a nation de David Wark Griffith.

Mas uma trilogia - que pode ser vista como um todo - que se parece, embora do lado da mafia italiana, com o tema do Once upon... é O Padrinho. Esta é a saga de uma família - contada de um modo idêntico ao filme de S. Leone - que cresce na sociedade americana até ganhar um enorme estatuto de poder, conseguido através da violência e da chantagem (brilhante o começo do Padrinho I, quando Michael conta a Pat o modo como o pai faz os negócios: as propostas irrecusáveis, ou assina com a caneta ou com os miolos).
Mas, para nós, o «capítulo» mais comovente desta saga é o III e até agora último. Este centra-se à volta da personagem de Michael, o padrinho todo poderoso, que ao envelhecer descobre que para onde quer que vá deixa um rasto de morte e destruição. E com essa necessidade de poder matou um irmão e destruiu o seu casamento. É comovente o diálogo entre ele e o futuro papa João Paulo I. A este padre, Michael confessa-se. E arrepende-se das suas acções, acabando num banho de lágrimas quando fala do assassínio do irmão por ele mandado: «sangue do meu pai, sangue da minha mãe».
Mas se Michael, no fim, tenta em desespero - tal como o Rei Lear de Shakespeare - unir de novo a sua família, salvá-la de todo o mal que ele fez com todo o seu poder (passa testemunho ao seu sobrinho interpretado por Andy Garcia) e ter finalmente uma vida normal, isso será impossível. Os mecanismos que desde o seu começo como chefe de família ele «semeara» ultrapassam-no. E ao banho de sangue final - em que a filha de Michael é uma vítimas embora a bala se dirigisse para ele - já é impossível contê-lo. Daí o seu grito final, um dos gritos mais trágicos da História do cinema, que se aprofunda no sofrimento quando se torna mudo. É uma vida completamente falhada, tal como foi a de Noodles e Max do Once upon a time.... É uma vida em que nem todo o poder na terra lhe pode alterar o destino de falhar. E na hora da morte, em vez de estar acompanhado como estava o seu pai Vito com um neto, está só. E só um cão surge à sua beira.

Duarte SD

quarta-feira, julho 23, 2003

Pérola em granito

Hoje, num momento em que o espirito vence o corpo e o leva para onde quer, fui à ponte D. Luís. E o que de novo vi deixou-me, como sempre, numa profunda emoção.
Vi o Porto nesta tarde solarenga. E descobri, que no fundo de mim, esta cidade é a minha pátria, o sítio onde tenho as raízes. Vista a cidade sobre o rio Douro - que corre furiosamente para o mar - ela torna-se aos olhos do estrangeiro e do tripeiro mais puro uma pérola. Algo que se deve amar e nos enche de orgulho. A cidade, vista da ponte, é algo sublime. Assustadoramente sublime. Como foi possível que os nossos antepassados erigissem - sobre o granito - algo tão belo, tão espectacular? E único.
Para sempre, o Porto é a minha pátria, a minha cidade de abrigo

Duarte Sousa Dias

quarta-feira, julho 16, 2003

Sobre o futuro da «blogosfera»

A blogosfera ainda está no seu início. Porém, ela é um local tão democrático, onde todos podem, ter um blog, que ela não funciona. Democracia sim, mas nem tanta.

A blogosfera está num período de euforia. Nela todos escrevem, todos dão opinião, todos pensam. Em suma, todos têm blogs. Ora, isso tira um tempo precioso para se lerem os blogs principais. É o caso do abrupto de Pacheco Pereira, ou este humilde blog, O Ideias e Pensamento. Aliás, este blog está do qual somos administradores está registado nos três principais apontadores/directórios de blogs (os já fechados blogsempt e o Blogo, sendo o único activo o ptbloggers) e nem com isso temos visitas ou nos mandam colaboração.
Enfim, a blogosfera é um espaço demasiado aberto. Tão aberto que os «blogueiros» se fecham nos seus blogs.

Duarte SD

sábado, julho 12, 2003

O blog a tasca do zinde difamou, à uns dias, o nome honroso de Fernando Pessoa, de Camões e de Salazar. Não é que este último não o mereça. Porém, no texto que Zinde escreveu há demasiada bebedeira (como nos podemos aperceber pelo nome do blog).
Zinde, meu caro blogueiro: tem calma. Não vejo onde estão os nacionalismos fanáticos que ves por toda a parte. Além disso, deixa-me dizer-te que a tua tasca é muito pirosa. Não há lá nenhuma conversa de jeito. E desde que entrou o Iconoclasta... isso baixou a pouca reputação que já tinha.

Para os leitores do Ideias e Pensamento, não os aconselhamos a frequentar a Tasca do mal-dizer, onde não existem, pura e simplesmente, ideias. É mal dizer e dizer mal (é assim que eu quero que se diga, não há erro), insultos e mais insultos. Coitados dos políticos. A tasca é tão má que chego a ter pena destes.

Aqui fica o desaconcelhável endereço da mísera tasca
Tasca do Zinde

Duarte SD

quinta-feira, julho 10, 2003

Ideias e pensamento vai ser revolucionado!

O nosso blog está a ser preparado para em breve sofrer uma revolução. Preparem-se para o melhor!!!

O livro de Mourinho

O LIVRO DE MOURINHO

O Ideias e Pensamento, como blog imparcial e na pessoa do seu administrador, foi às Antas assistir e aplaudir o lançamento do livro José Mourinho. Prontamente o compramos, e só não temos ainda autógrafo porque não calhou. Mas chegará a altura…

José Mourinho é o melhor treinador português da actualidade. Ele trouxe ao tristonho e corrupto futebol português uma nova forma de jogar, uma alegria tão própria que faltava ao Brasil da Europa, ideia de Eriksson, que explicava que o futebol português era o melhor do mundo. Porém, na hora de marcar, tudo falhava. Mas com Mourinho isso não aconteceu. As três equipas que treinou como técnico principal – SL Benfica, UD Leiria e FC Porto, seu actual clube – foram equipas de ataque. Para Mourinho, os jogadores estarem lá à frente é a melhor maneira de defender. E é isso que torna bonito o futebol. Porque o golo, o momento em que um estádio explode de alegria, é o cerne do futebol. É para ver golos e bom futebol, que se vai ao estádio. Mesmo quando a equipa que apoiamos joga bem, mas não marca golos durante o jogo (recordo-me do FC Porto – Juventus da época passada), maldizemos o dinheiro gasto na compra do bilhete. Mas o contrário não acontece. A nossa equipa pode não jogar nada mas golear que no fim ficamos felizes.
É esta cultura táctica de ataque, aliada a uma personalidade onde a mentalidade guerreira e de liderança predominam que fazem de José Mourinho o melhor treinador português. E isso está presente no livro sobre ele que agora foi publicado e ao qual assistimos à apresentação oficial.
No velho Estádio das Antas, já a poucos meses do seu fim, o livro foi apresentado no banco onde mourinho, em tão pouco tempo, coleccionou tantas vitórias. O seu antigo professor – e autor do prefácio do livro – Manuel Sérgio afirmou que era uma honra estar no «templo do FC Porto». Referiu-se a Mourinho com ternura e disse que a «cultura desportiva» e o «estudo» foram trazidas pelo seu antigo pupilo para Portugal. Ou seja, Mourinho é a revolução no futebol português. Ele é a prova, como disse Manuel Sérgio, que não é preciso ser bom jogador para ser bom treinador. Isso é algo que em Portugal está a mudar rapidamente, e que tem como expoente máximo – além de Mourinho – o novo treinador do Real Madrid Carlos Queirós.
José Mourinho, depois de ouvir as palavras do seu antigo professor e do seu amigo Luís Lourenço, autor do livro, agradeceu com simpatia a presença dos adeptos anónimos do FC Porto que sempre o acarinharam e acreditaram nele. Mourinho compreendeu bem o simbolismo que faz do FC Porto a melhor equipa de Portugal e uma das melhores da Europa: este clube representa um povo inteiro, o povo do norte e da cidade do Porto. Oprimidos durante séculos, temos no FC Porto a nossa bandeira de luta contra os interesses instalados no resto do país.
Isto começa a ser demasiado ideológico. Ficamos por aqui. Antes, gostava de afirmar publicamente no blog que acredito em ti Mourinho. Acredito que na época que se avizinha temos condições para chegarmos de novo à suprema glória do futebol mundial: sermos campeões europeus.

Duarte SD

quarta-feira, julho 02, 2003

Na estrada que a vida percorre
A uma encruzilhada cheguei.
Dois caminhos me queriam levar
Mas qual deles o melhor não sei.

Um é o caminho da tortura
Do medo, da raiva e da humilhação.
Porém, é dos dois o mais puro
E nele só verdade poderei achar.

O outro caminho à alegria leva
Ao riso e alucinação também.
Mas cuidado devo ter com ele
Pois a falsidade é nesta via rainha.

Confundido, anos parei por aqui.
Quem me quiser encontrar
Que venha ter comigo
À encruzilhada dos caminhos.

Aqui estou ainda à espera
De um sinal que me faça
De novo marchar para o continuar da vida.
Mas ele não surge…


João Firmino Alves – 2003

Entrevista a Filipe Bártolo, estudante de vez em quando e muito folião.

O Ideias e Pensamento tem o prazer dar a conhecer aos seus leitores a primeira entrevista exclusiva do nosso blog. Filipe Bártolo – o Engenheiro – concede-nos uma grande entrevista popular.

IP – Engenheiro, é portista. O que achou desta grande época do FC Porto?
FB – Acho bem, obrigado! (olha para as mamas daquela gaja!) Acho que deviam continuar assim. Aquele gajo o Mortinho ou lá como ele se chama é o nosso treinador e o Pinto da Costa é o nosso papa.
IP – Acreditas da vitória, na próxima época, na UEFA Champions League?
FB – Acho que sim carago, até os comemos!!!!
IP – O nosso blog teve, há pouco tempo, uma polémica sobre mulheres. Qual a sua opinião sobre a Mulher?
FB – É boa. Não há nada como as mulheres. Se não fosse o bojão das mulheres e as mamas o mundo seria mais triste.
IP – É esse o seu conceito de mulher?
FB – Claro! Bojão e mamas!
IP – O que acha da cidade do Porto?
FB – É muito bonita. Tem gajas boas. É a cidade do nosso clube. Resumindo e concluindo: é a melhor cidade do mundo!
IP – considera-se machista?
FB – Náa. Lá por só pensar que as mulheres são só bojão e mamas, não quer dizer nada.
IP – O que acha dos homossexuais?
FB – Eu acho que deviam ser fechados num pavilhão muito grande e depois ser enfiado um ferro quente pelo cú acima a cada um deles. Bem devagarinho… e depois deviam ser pulverizados com DDT para ver se acabam com essa raça do demónio. IP – Por falar em demónio, não é essa a sua ideia da Ferrari?
FB – Ferrari? Isso não existe nem existiu. Isso é uma invenção da imprensa. Onde é que já se viu uma marca ter um cavalinho como símbolo. Eles só ganham grandes prémios na Secretaria debido a que os dirigentes da FIA são todos pró-Ferrari. Como foi exemplo o último fim-de-semana em que o gajo sai da pista e é empurrado para dentro da pista.
IP – Está-se a referir a Michael Schumacher…
FB – Nem me fale nesse gajo. Esse gajo é tão arrogante, imbecil, hipócrita, fanfarrão, altivo, emproado, untuoso, falso, adulterado, mentecapto, néscio, pateta, tonto, obtuso… enfim: tem a mania que é bom. Eu sei que isto ofende muitas susceptibilidades.
IP – mas sabe que Shumacher está cá no Porto, não sabe?
FB – Graças a Deus que ele está cá no Porto. Assim alguém pode lesioná-lo ou dar-lhe um tiro no meio da testa. Deus queira que o Bin Laden se lembre dele.
IP – Tem bilhete para o jogo das estrelas no Bessa?
FB – Claro que sim, e até já combinei com um segurança amigo meu para deixar passar a pistola.
IP – O que acha do nosso weblog Ideias e pensamento?
FB – O que é isso?
IP - … então, é para onde está a ser entrevistado. É uma espécie de site-diário criado pelo Duarte SD.
FB – Isso não tem nada a ber com a SIC, pois não
IP – Não.
FB – Ainda bem caralho. Senão fodia-lhe já o computador todo e arrancava-lhe os fiinhos aí atrás.
IP – Mas não conhece o administrador deste blog
FB – Quem? O Pinto da Costa?
IP – Não, o Duarte, ou seja: eu.
FB – Não, nunca oubi falar, nem moro ao teu lado nem nada. Nem frequento a tua casa nem isso.
IP – Bem, obrigado pela sua entrevista. Não tem mais nada a dizer?
FB – Quê? Tenho que dizer mais alguma coisa (tens um teclado do patrocinador da Minardi! Não tás contente?). Olha adeus que tenho que ir dar uma mija.
IP – adeus Engenheiro. Obrigado pela entrevista.



PS – O Ideias e Pensamento não se responsabiliza pelas respostas do nosso entrevistado. Se tiver críticas a fazer, por favor contacte o seu e-mail: mfcfb@aeiou.pt. Não nos chateie a nós.